Cada vez mais percebemos um cenário recorrente: muita empresas confundem planejamento tributário com simples “jeitinho” para pagar menos imposto. Isso costuma causar desconfiança e problemas sérios, pois a diferença está clara. A base do planejamento tributário eficiente é a legalidade, com análise técnica, sem espaços para improvisos ou atalhos arriscados.
As mudanças trazidas pela Reforma Tributária e as atualizações previstas para 2026 só aumentam a necessidade de agir com estratégia e cuidado. Afinal, ninguém quer correr riscos desnecessários e acabar surpreendido por fiscalizações, autuações ou perdas financeiras. Exatamente por isso, listamos abaixo os 7 erros mais comuns em planejamento tributário e que, infelizmente, aumentam o risco fiscal das empresas.
Conteúdo do Artigo:
1. Escolher o regime tributário incorreto
Na prática, notamos muitos casos de empresas que seguem no Simples Nacional ou Lucro Presumido por comodidade ou receio, sem sequer revisitar a opção pelo Lucro Real ou outras alternativas.
A escolha do regime tributário não deve ser automática.
Regimes tributários definem a base de cálculo dos tributos, a obrigatoriedade de apuração, fatores de dedução e créditos fiscais. Um erro comum aqui é não realizar simulações anuais reais, comparando cenários e possíveis mudanças no faturamento, atividades e despesas dedutíveis.
Por experiência, vemos que uma análise criteriosa pode revelar economias consideráveis. Mudanças na legislação, expansão de atividades, aumento de custos ou novas receitas alteram a equação e devem ser revisadas a cada exercício.
2. Não realizar simulações e análises fiscais periódicas
A pressa do dia a dia faz muitos gestores pularem etapas e deixarem de lado análises periódicas detalhadas sobre tributos, créditos, débitos e novos enquadramentos fiscais. Simular diferentes cenários tributários e realizar análises de impacto fiscal deveriam ser práticas comuns em empresas que desejam crescer sem surpresas desagradáveis.
Com as recentes discussões sobre Reforma Tributária, essa necessidade se tornou ainda mais clara. Mudanças no PIS/COFINS, novas obrigações assessórias e rediscussões sobre incentivos exigem atualização constante.
- Atualização de alíquotas;
- Impacto de créditos e débitos;
- Revisão de contratos e operações;
- Avaliação de novos benefícios e incentivos.
3. Erros em notas fiscais, NCM e CFOP
Pode parecer detalhe, mas a classificação errada de produtos, informações incorretas no NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) ou no CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestações) ainda é um dos campeões de autuações e questionamentos fiscais.
Um NCM incorreto pode levar à tributação indevida, perda de créditos de ICMS ou IPI e, em casos extremos, penalizações severas. Já um erro no CFOP dificulta a correta apropriação de créditos, impede a validação nas obrigações acessórias e dificulta conciliações.
Por isso, sugerimos um processo rigoroso de conferência dos documentos fiscais antes do envio ao contador e ao Fisco.
4. Ignorar incentivos fiscais disponíveis
Muitos benefícios, tanto federais quanto estaduais ou municipais, passam despercebidos simplesmente por falta de conhecimento ou pesquisa. Projetos de desenvolvimento regional, leis de incentivo à inovação, créditos presumidos e isenções para setores específicos estão disponíveis e, quando usados adequadamente, geram diferenciais competitivos.
Buscar incentivos é legal e faz parte do planejamento tributário responsável.
O grande desafio está em manter-se atualizado sobre as regras de cada benefício, prazos, critérios de adesão e controles necessários. Solicitamos sempre análise prévia dos custos-benefícios e, principalmente, a completa adequação documental.
5. Deixar de revisar os processos e controles internos
Outro erro recorrente é acreditar que, uma vez definido o planejamento tributário, ele possa ficar intocado por anos. Isso simplesmente não é verdade. Empresas mudam, operações evoluem e a legislação se transforma.
Processos internos também precisam ser revisados. Documentos fiscais, contratos, relatórios, informações em ERPs e sistemas precisam estar em sintonia com as práticas que fundamentam o planejamento tributário. Uma falha simples pode abrir caminho para questionamentos e fiscalizações.
- Conferência dos lançamentos contábeis;
- Revisão de parametrizações em sistemas;
- Auditorias periódicas nos relatórios;
- Capacitação da equipe sobre novidades fiscais.
6. Não acompanhar mudanças na legislação
A legislação tributária brasileira é conhecida pela elevada frequência de mudanças. Empresas que atuam sem acompanhamento próximo das publicações oficiais, Pareceres, Notas Técnicas e decisões judiciais ficam expostas a autuações e cobranças retroativas.
Inclusive, já presenciamos situações em que determinava-se um procedimento por anos, até que uma simples alteração normativa obrigou retrospectiva de todos os lançamentos, com prejuízos evitáveis.
7. Improvisar e tomar decisões sem base técnica
Deixar o improviso guiar o planejamento tributário é caminhar em terreno perigoso. Toda decisão deve estar amparada em entendimentos técnicos, simulações e por vezes pareceres legais ou atuações periciais. O improviso pode até resolver uma urgência momentânea, mas costuma trazer um risco fiscal elevado e desnecessário.
Ao longo da nossa trajetória, aprendemos que o segredo para pagar menos tributos de forma segura é simples, embora exija dedicação:
- Adotar métodos reconhecidos e análises detalhadas;
- Buscar sempre a legalidade e a documentação correta;
- Revisar o planejamento periodicamente;
- Capacitar e orientar continuamente a equipe;
- Contar com suporte técnico qualificado.
Conclusão
No cenário de constantes mudanças e fiscalização ativa, o verdadeiro planejamento tributário não é sinônimo de improviso, mas de preparo, análise e inteligência. Reduzir o pagamento de tributos é possível, desde que a companhia transite apenas nos caminhos permitidos pela legislação e se apoie em fundamentos técnicos sólidos.
Criamos o hábito de revisar o regime tributário todos os anos, checando a atualização das obrigações, conferindo documentos fiscais e buscando incentivos legítimos. Incentivamos que simulações e análises de impacto entrem na rotina das empresas. E preferimos dormir tranquilos, sabendo que fizemos o certo.
Pagar menos tributos é possível sem abrir mão da segurança fiscal.
Perguntas frequentes sobre planejamento tributário e risco fiscal
O que é planejamento tributário?
Planejamento tributário é o conjunto de estratégias e procedimentos legais adotados para diminuir a carga tributária de uma empresa, respeitando sempre a legislação vigente. Isso é feito por meio da análise das atividades da empresa, escolha do melhor regime de tributação, uso de incentivos e revisão constante das operações, buscando aproveitar oportunidades legítimas de economia.
Como evitar erros no planejamento tributário?
Para evitar erros, recomendamos revisar periodicamente o regime tributário, realizar simulações de cenários, manter os documentos fiscais corretos e classificados, acompanhar as constantes mudanças da legislação e buscar conhecimento técnico confiável. O acompanhamento detalhado e o suporte de profissionais habilitados fazem diferença na prevenção de riscos fiscais.
Quais são os riscos fiscais mais comuns?
Os principais riscos incluem autuações fiscais por classificação errada de notas fiscais, perda de créditos por erro em NCM ou CFOP, pagamento a maior de tributos por regime inadequado, cobranças retroativas por legislação não acompanhada e penalidades por falta de documentação ou controles internos falhos. Esses riscos podem trazer prejuízos financeiros e até comprometer a saúde da empresa.
Como corrigir um erro fiscal?
Ao identificar um erro fiscal, o ideal é agir rapidamente. O primeiro passo é reunir toda a documentação envolvida, analisar a extensão do erro e, se necessário, retificar obrigações acessórias e documentos. Quando há pagamentos a maior, pode-se pedir ressarcimento. Caso haja exposição a multas, a regularização espontânea pode minimizar penalidades. Em situações mais complexas, sugerimos consultar um especialista para apoiar as decisões.
Vale a pena contratar um especialista tributário?
Sim, contar com um especialista tributário normalmente agrega muito valor. A experiência técnica desses profissionais reduz o risco de erros, potencializa o aproveitamento de benefícios e garante mais confiança nas tomadas de decisão. O investimento, na maioria dos casos, é menor do que o custo gerado por uma autuação ou perda de créditos fiscais importantes.
4. Ignorar incentivos fiscais disponíveis
7. Improvisar e tomar decisões sem base técnica





