Estamos diante de um cenário contábil que se transforma rapidamente, especialmente com a aproximação de 2026 e as discussões da reforma tributária. Quando abordamos o Lucro Real, falamos de um regime que desafia empresas de todos os portes, com exigências detalhadas e impactos significativos desde a apuração até o cumprimento das novas obrigações acessórias. Pela nossa experiência à frente da Ottimizza, percebemos diariamente como decisões acertadas podem proteger empresas diante das complexidades desse regime. Vamos tratar a seguir dos pontos práticos, esclarecer dúvidas frequentes e trazer direcionamentos para decisões assertivas em meio ao turbilhão de mudanças anunciado.
Conteúdo do Artigo:
O que significa, de fato, Lucro Real?
No nosso cotidiano, muitos confundem Lucro Real com o lucro líquido societário ou o resultado financeiro apresentado nos relatórios. O termo Lucro Real significa o lucro tributável definido pela legislação do imposto de renda, após ajustarmos o resultado contábil com adições, exclusões e compensações determinadas por normas fiscais. Ou seja, trata-se de um conceito bem diferente do lucro líquido apurado segundo as práticas de contabilidade usual.
Essa diferença é central quando avaliamos a escolha do regime tributário mais adequado. Empresas com margens apertadas, alto volume de despesas dedutíveis ou atividades complexas devem redobrar o cuidado nessa análise. Utilizar ferramentas como as soluções da Ottimizza pode tornar essa avaliação mais transparente e precisa, facilitando a tomada de decisão sustentada por dados confiáveis.
Reforma tributária e impactos no Lucro Real
Nunca presenciamos tantas discussões sobre regimes tributários como nos últimos dois anos. A reforma tributária, que vem sendo atualizada em etapas, atinge profundamente o Lucro Real, alterando a estrutura de cálculo, as responsabilidades acessórias e até mesmo a competitividade com outros regimes, como o Simples Nacional e o Lucro Presumido.
- Com a unificação dos tributos federais em CBS e IBS, despesas que antes eram integralmente dedutíveis podem ganhar novas regras de restrição.
- Empresas do varejo de moda, por exemplo, precisarão revisar sua política de preços e custos, pois as alterações na base de créditos e débitos alterarão a margem líquida final.
- Setores com movimentações financeiras grandes, como serviços e tecnologia, devem se preparar para cruzamentos fiscais mais extensos e detalhados.
Para entender como adaptar processos e avaliar o momento de replanejar operações, sugerimos a leitura do nosso guia de temas tributários, onde aprofundamos pontos que têm desafiado nossos clientes diariamente.
Novas obrigações, recuperação de créditos e DIRBI
Uma das principais dúvidas no atendimento aos nossos clientes envolve a recuperação tributária e as obrigações acessórias. A MP 1303/2025 trouxe mudanças relativas à tributação de investimentos, créditos judiciais e ativos digitais, como os criptoativos. Empresas com volume relevante nessas áreas devem reavaliar a elegibilidade de recuperação de créditos e possíveis impactos sobre o imposto a pagar.
Outro ponto de atenção é o DIRBI, nova declaração que amplia o cruzamento de dados sobre movimentações financeiras, necessidade de detalhamento de títulos, rendimentos e operações de crédito. Conforme publicamos em análises específicas sobre DIRBI, a antecipação do levantamento dessas informações e a conciliação fiscal robusta evitarão autuações e inconsistências na entrega.
Planejamento fiscal para 2026: como avaliar os riscos?
O cenário para 2026 demanda, mais que nunca, análise individualizada de cada empresa. Destacamos alguns passos que consideramos indispensáveis para um planejamento tributário estratégico:
- Mapear receitas, custos e despesas para identificar fatores de ajuste no Lucro Real.
- Conferir se créditos fiscais foram corretamente apropriados nos últimos cinco anos, avaliando a possibilidade de recuperação tributária.
- Monitorar projetos de lei e medidas provisórias que possam alterar o perfil de deduções e a tributação de investimentos.
- Revisar políticas de preço à luz das novas regras do IBS/CBS, evitando margens negativas.
- Simular cenários comparando Lucro Presumido, Simples Nacional e Lucro Real frente às projeções reais de negócios.
Utilizando soluções como o Meu Integrador da Ottimizza, é possível integrar informações de diversos ERPs e registros contábeis para gerar simulações e painéis de acompanhamento que orientam o replanejamento tributário e societário de forma ágil e segura. Cabe ressaltar que, em 2026, novas regras poderão afetar inclusive empresas já estabelecidas nos regimes do Simples Nacional e Lucro Presumido, exigindo reavaliações frequentes.
Tributação de investimentos, dividendos e criptoativos
A MP 1303/2025 trouxe à tona um ponto sensível: muitos empresários buscaram antecipar distribuição de dividendos para fugir da eventual nova taxação. Entretanto, é preciso atenção:
Antecipar dividendos pode não ser suficiente se não houver lastro financeiro real e registros contábeis consistentes.
Para quem aplica em ativos digitais, fundos ou operações de crédito judicial, as mudanças alteram critérios de apuração, exigindo controles atentos entre registros fiscais e contábeis. Já tratamos desse tema em artigos sobre mudanças relacionadas ao novo CNPJ e nueva tributação para empresas. Vale verificar possíveis atualizações frequentes.
Competitividade e tendências para contabilidade em 2026
Outro ponto que levantou debate entre nossos clientes: a concorrência com optantes do Simples Nacional deve se acirrar, especialmente após ajustes de alíquotas e revogação de benefícios regionais. Para manter a competitividade, sugerimos estratégias como:
- Modernizar controles operacionais e a comunicação com clientes.
- Adotar ferramentas de automação, IA e revisão de SLA para garantir agilidade.
- Acompanhar de perto indicadores de satisfação e produtividade.
- Estar atento à gestão de processos societários e compliance regulatório.
Nossa experiência mostra que a transformação digital, com soluções como as da Ottimizza, já não é um diferencial, mas uma necessidade básica nos escritórios para enfrentar as novas demandas do Lucro Real regime tributário e seus desdobramentos legais. Aproveite para conferir nossas dicas práticas sobre modernização contábil em modernização de processos.
Dicas práticas para empresas e marketing contábil
Por fim, queremos compartilhar algumas orientações práticas que temos utilizado e recomendado:
- Revise processos internos e controles de documentação, antecipando-se às novas exigências do Fisco.
- Atualize o plano de contas para o novo cenário tributário, especialmente se receber ou investir em criptoativos.
- Promova marketing contábil informativo, mostrando para clientes as mudanças na apuração de tributos. Gerar conteúdo nas redes sociais e em blogs alinhados com a realidade dos clientes gera valor e confiança.
- Mantenha o time capacitado, principalmente em relação ao IBS, CBS, DIRBI e exigências de compliance.
- Reavalie seu portfólio de serviços, priorizando atividades consultivas e integradas, especialmente para escritórios que atendem múltiplos CNPJs.
Acreditamos que, ao alinhar processos, tecnologia e comunicação, o impacto das mudanças do Lucro Real pode ser absorvido com mais segurança e até gerar novas oportunidades de negócios. Lembre-se: planejamento, análise e atualização são aliados fundamentais.
Conclusão
Com a chegada de 2026, o Lucro Real regime tributário se torna cada vez mais desafiador e estratégico. Empresas que se preparam, integram dados e buscam suporte tecnológico robusto conseguem não só cumprir a legislação, mas também encontrar oportunidades de redução de riscos e ganhos operacionais. A Ottimizza está pronta para apoiar escritórios, gestores e decisores a avançar com tranquilidade nas próximas fases da transformação tributária brasileira, desde a automação das rotinas até a revisão completa do planejamento fiscal. Para conhecer nossos diferenciais em automação contábil e gestão documental, convidamos você a visitar nosso site e experimentar como podemos transformar o seu escritório.
Perguntas frequentes sobre Lucro Real
O que é o regime de Lucro Real?
O Lucro Real é um método de cálculo do imposto de renda e da CSLL no qual a base de incidência é o resultado contábil ajustado conforme regras fiscais. Ou seja, parte-se do lucro apurado na escrituração contábil, mas diversos ajustes obrigatórios são feitos para chegar ao valor tributável.
Quem deve optar pelo Lucro Real?
Empresas com faturamento anual acima de R$ 78 milhões, instituições financeiras, companhias obrigadas por legislação específica ou negócios que desejam deduzir despesas e aproveitar créditos fiscais mais amplos devem optar pelo Lucro Real.
Quais são os principais riscos do Lucro Real?
Entre os riscos estão erros na apuração por conta da complexidade de ajustes, perda de prazo nas obrigações acessórias, inconsistências em cruzamentos fiscais e possibilidade de autuação por não aproveitar créditos de forma correta ou deixar de informar receitas e despesas obrigatórias.
Vale a pena escolher o Lucro Real?
A escolha é recomendada principalmente para empresas com margens baixas, custos elevados, possibilidade de recuperação de créditos e alto grau de organização contábil. No entanto, exige controles rigorosos e acompanhamento frequente das normas fiscais.
Como funciona o cálculo no Lucro Real?
Começa-se pelo lucro líquido contábil, faz-se os ajustes fiscais previstos em lei (adições, exclusões, compensações de prejuízos) e chega-se ao montante tributável, sobre o qual incidem IRPJ e CSLL. O processo deve ser revisado a cada trimestre, salvo empresas anuais, acompanhando as atualizações da legislação.






